De pescoço flectido e de cabeça meio submersa, filtram, incessantemente, as águas pouco profundas. É frequente vê-los apoiados apenas sobre uma pata durante longos períodos de tempo, num autêntico número de equilibrismo. A sua bela, mas algo curiosa, fisionomia, bem como a cativante cor da plumagem, lembram países exóticos e distantes e no entanto, na realidade, os flamingos podem ser observados bem perto.
Apesar da sua ocorrência ter sido esporádica em Portugal até ao início do século XX, segundo as anotações do Rei D. Carlos de Bragança, grande apaixonado e conhecedor da fauna portuguesa, é possível que os flamingos se tenham reproduzido em Portugal, a sul do Rio Guadiana, durante o século XIX. Mais tarde, já a partir dos anos oitenta, passou a ser uma ave de presença frequente no nosso país, todavia, não se tornou a reproduzir em terras lusas. Hoje em dia, não são raras as vezes, que os olhares mais atentos conseguem observar grupos destas aves a alimentar-se nos estuários do Tejo e do Sado, na Ria Formosa e em Castro Marim.
Apesar da sua ocorrência ter sido esporádica em Portugal até ao início do século XX, segundo as anotações do Rei D. Carlos de Bragança, grande apaixonado e conhecedor da fauna portuguesa, é possível que os flamingos se tenham reproduzido em Portugal, a sul do Rio Guadiana, durante o século XIX. Mais tarde, já a partir dos anos oitenta, passou a ser uma ave de presença frequente no nosso país, todavia, não se tornou a reproduzir em terras lusas. Hoje em dia, não são raras as vezes, que os olhares mais atentos conseguem observar grupos destas aves a alimentar-se nos estuários do Tejo e do Sado, na Ria Formosa e em Castro Marim.
O flamingo possui um dos bicos mais excêntricos do grupo das aves. Tal como algumas baleias é um animal filtrador, pelo que se alimenta, mergulhando a cabeça invertida na água. Com o bico semicerrado, a sua espessa e carnuda língua move-se rapidamente para a frente e para trás, a uma velocidade de cerca de dezassete movimentos por segundo. Este poderoso instrumento funciona como um êmbolo que bombeia água e alimento para o interior do bico. Pequenas estruturas rígidas fixas às mandíbulas, as lamelas, retêm as partículas em suspensão na água. Posteriormente, as protuberâncias da língua raspam o alimento e este é ingerido. Neste complexo e especializado processo, o flamingo ingere sobretudo pequenos invertebrados, que incluem insectos, moluscos, crustáceos e anelídeos.
Embora actualmente não haja registos de reprodução, as zonas húmidas portuguesas são palco importante para descanso e alimentação de muitos adultos e juvenis. Porém, aqui, tal como no resto da Europa, os flamingos não estão livres de perigo. A poluição, o abandono e transformação das salinas (que são muito utilizadas por estas aves), a pressão urbanística e turística e a caça ilegal são algumas ameaças que pairam sobre estas aves. Felizmente, actualmente o flamingo é relativamente comum em terras lusas. No Inverno chega a atingir picos da ordem dos sete mil indivíduos. Ás portas de Lisboa, quase basta atravessar a Ponte Vasco da Gama e espreitar sobre a Reserva Natural do Estuário do Tejo, para desfrutar do encanto destas magníficas aves cor-de-rosa.